Quimioterapia

Apesar de ser um tratamento amplamente conhecido, ainda existem muitas dúvidas acerca de como ele é feito, quais os efeitos e cuidados que devem ser tomados e qual é o seu impacto no corpo. A quimioterapia é um tratamento utilizado para combater o câncer. 

Os medicamentos para o tratamento são aplicados e levados a todas as partes do corpo humano, inclusive às células do tumor, para causar sua destruição e impedir que se espalhem.

Geralmente, os medicamentos são administrados pela veia, mas também podem ser aplicados por outras vias:

  • Via oral: os medicamentos entram pela boca – comprimidos, cápsulas e líquidos;
  • Via intramuscular: a medicação é feita no músculo através de injeções;
  • Subcutânea: a medicação é feita abaixo da pele, no tecido gorduroso, através de injeções;
  • Intravenosa: a medicação é feita pela veia ou por meio de cateter (tubo fino colocado na veia);
  • Intratecal: procedimento pouco comum em que a medicação é aplicada no líquor, sendo administrada pelo médico em sala própria ou no centro cirúrgico;
  • Tópica: a medicação é aplicada sobre a pele, na forma de pomadas.

Após consulta médica e liberação dos exames laboratoriais, a quimioterapia será agendada. Mas antes de iniciar o tratamento, haverá uma entrevista com o(a) enfermeiro(a) que fornecerá as orientações adequadas, de acordo com a prescrição médica. Esse passo é importante para que o paciente com câncer entenda quais são todas as etapas do procedimento pelo qual ele irá passar e tenha todas as suas dúvidas respondidas e orientações necessárias passadas. Nossa equipe de enfermagem é composta por profissionais capacitados para acompanhar todo o tratamento, do início ao fim.

O tempo de duração do tratamento quimioterápico e a sua periodicidade variam de acordo com o tipo de câncer e o protocolo que está sendo realizado. Justamente por isso, é importante ter um acompanhamento qualificado desde o início do tratamento. 

Quem determina esse período com maior exatidão é o médico. Geralmente, o intervalo entre as aplicações pode variar entre períodos de 15 em 15 dias, 21 em 21 dias, 28 em 28 dias ou semanalmente.

A quimioterapia dói? 

Essa é uma das maiores dúvidas que os pacientes trazem antes de iniciarem o tratamento. A quimioterapia não causa dor, apenas um incômodo da picada da agulha no momento da punção da veia.

Vou precisar mudar a minha vida durante a terapia?

A rotina do paciente não precisa mudar com o tratamento quimioterápico. Ele pode continuar com suas atividades de trabalho e lazer, ainda que nos primeiros dias sinta necessidade de descansar. Vale lembrar que cada caso precisa de um cuidado diferente mas, de maneira geral, é recomendado evitar aglomerados e optar por ambientes arejados e com boa ventilação. 

Se o tratamento estiver interferindo nas atividades do dia a dia, uma conversa com o médico é indicada, pois ele saberá orientar o paciente para adaptar sua rotina ao tratamento, caso seja necessário.

A quimioterapia interfere na vida sexual?

Não. É possível continuar com atividades sexuais normalmente. No entanto, é fundamental a utilização de preservativos para prevenir infecções, especialmente em casos de imunidade baixa, e gravidez, pois os medicamentos podem causar má formação fetal. A quimioterapia também pode causar infertilidade. Sobre o uso de método contraceptivo, é importante consultar seu médico pois ele saberá te dar as melhores orientações baseadas no seu histórico e necessidades.

Quimioterapia para a menstruação?

Pode sim. A quimioterapia pode causar suspensão temporária da menstruação, podendo o ciclo menstrual retornar ou não ao normal após o tratamento. Recomendamos uma conversa com o médico responsável para que ele avalie a sua situação de maneira mais detalhada.

É contraindicado durante a quimioterapia.

Deve ficar suspensa durante o tratamento e só ser realizada com ordem médica.

Tomar remédios sem orientação médica pode interferir no tratamento. Se o paciente faz uso de alguma medicação, deve comunicar ao médico, mas não deve deixar de tomar a medicação prescrita antes da quimioterapia.

O medicamento é eliminado principalmente através da urina, mas também por fezes, vômitos, suor, lágrima e sêmen.

Anemia, leucopenia e trombocitopenia

Você conhece os efeitos da quimioterapia no sangue?

Os medicamentos utilizados para combater o câncer também destroem as células sadias do corpo. As células afetadas são as do sangue como: plaquetas, responsáveis pela coagulação sanguínea; leucócitos, responsáveis pela defesa do nosso corpo contra infecções; e hemácias, que transportam oxigênio.

Quando as taxas sanguíneas estão muito baixas, surgem sintomas como cansaço, palidez, febre, pintas avermelhadas na pele, manchas roxas e sangramento.

 

O que fazer para minimizar esses efeitos?

  •  Manter boa higiene oral e corporal;
  • nspecionar diariamente a pele e a boca à procura de manchas ou lesões; 
  • Proteger a pele de lesões ao se depilar, barbear e cortar as unhas, além de não espremer cravos e espinhas;
  • Lavar bem as frutas e verduras antes de ingeri-las;
  • Medir a temperatura sempre que perceber alguma alteração;
  • Procurar repousar e ter bom sono;
  • Evitar exposição ao sol, usando sempre filtro solar;
  • Não ingerir bebidas alcoólicas (só fazê-lo com autorização médica).

Queda do cabelo

A queda de cabelo na quimioterapia é um dos tópicos que mais causam dúvidas nos pacientes. E sim, os cabelos podem cair, total ou parcialmente, em um período de 14 a 21 dias após a administração da quimioterapia. Porém, esse efeito colateral é reversível e temporário, pois, ao término do tratamento, o cabelo volta a crescer.

Diarreia

Durante a quimioterapia, alguns medicamentos podem acabar causando diarreia em maior ou menor intensidade. É importante comunicar ao médico e evitar alimentos com gordura e condimentos fortes. É preferível o consumo de arroz, batata, goiaba, banana, cenoura, caju, maçã etc. 

Deve-se ingerir, pelo menos, dois litros de água diariamente para manter o corpo hidratado e em bom funcionamento.

Feridas na boca

A quimioterapia pode causar feridas na boca? Sim. Feridas, como as aftas, são extremamente desagradáveis, porém podem acontecer devido ao tratamento. Para evitar, recomenda-se inspecionar diariamente a boca, mantendo-a sempre limpa, principalmente após as refeições, além de evitar alimentos ácidos e muito condimentados. A preferência é por aqueles gelados, pastosos e líquidos.

Enjoos e vômitos

Você sabia que enjoos e vômitos podem acontecer durante o tratamento?

Alguns medicamentos podem causar uma irritação no aparelho digestivo, provocando náuseas, vômitos e desconforto estomacal. 

Como evitar vômito e enjôo durante o tratamento?

Nesse caso, recomenda-se tomar remédios contra enjoos seguindo a orientação do médico.

Outros pontos podem ajudar, como evitar o consumo de alimentos gordurosos e condimentados, dando preferência para os frios, pastosos e em temperatura ambiente.

Um local calmo para fazer as refeições como um momento pessoal também é muito importante. Os alimentos devem ser bem mastigados e não é recomendado fazer esforços após as refeições.

Hiperpigmentação

A hiperpigmentação é a alteração da cor da pele e existem diversos fatores que podem levar a isso. Alguns medicamentos podem causar escurecimento da pele, principalmente nas articulações, nas unhas e no trajeto das veias. 

Como evitar a hiperpigmentação?

Existem alguns cuidados que, ao serem tomados, ajudam com a hiperpigmentação na pele. Recomenda-se aplicar protetor solar diariamente, principalmente nas áreas expostas ao sol, além de fazer uso de chapéus ou bonés para proteger a face e a cabeça. Outra dica importante é manter a pele hidratada e tomar bastante água.

  • O médico deve ser informado imediatamente em casos de febre igual ou acima de 37,8°; pintas ou manchas avermelhadas na pele; sangramento; palidez e cansaço aos pequenos esforços;
  • Não faltar aos retornos agendados é importante. Perdendo o retorno, o paciente deverá ligar o quanto antes para reagendar;
  • Evitar bebidas alcoólicas e cigarro;
  • Evitar contato com pessoas que estejam com algum tipo de infecção;
  • Evitar locais muito cheios e fechados.

Equipe

* Graduação em Medicina pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO; * Especialização em Cancerologia Clínica; * Oncologista Clínica do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle.
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Dra. Patrícia Canelha Ribeiro Alves

* Graduação em Medicina pela Faculdade de Medicina de Teresópolis; * Residência Médica em Oncologia no The Royal Marsden Hospital, em Londres; * Pós-graduação em Oncologia Clínica (MSc Master of Science in Oncology) no Institute of Cancer Research, em Londres; * Oncologista Clínico do Hospita
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Dr. Bruno Fuser

* Residência Médica em Oncologia Clinica, Universidade Federal do Rio de Janeiro-RJ, 2005 * Clinica médica, Universidade federal fluminenese, 2001 * Pos Graduação em Nutrologia, Universidade Veiga de Almeida, 2017
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Dra. Alexandra Boiteux

* Universidade Gama Filho * Residência Clínica Médica no HSE * Residência em Oncologia Clínica no INCA * Pós-Graduação em Oncologia Clínica no INCA * Membro da SBOC * Membro da ASCO * Ex-chefe do serviço de Oncologia Clínica do Hospital Mario Kroeff
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Dr. José Eduardo de Almeida Lamarca

Fotos

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